A FALSA DOUTRINA DA MALDIÇÃO HEREDITÁRIA
O alvo do nosso estudo será a falsa doutrina do Evangelho da Maldição, que é um dos produtos da confissão positiva Neo-Pentecostal, e que é também chamado de Quebra de Maldições, Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração.
Conceitos Heréticos Sobre Maldição Hereditária:
Definição de Maldição Hereditária: "A maldição é a autorização dada ao diabo por alguém que exerce autoridade sobre outrem, para causar dano à vida do amaldiçoado... A maldição é a prova mais contundente do poder que têm as palavras. Prognósticos negativos são responsáveis por desvios sensíveis no curso da vida de muitas pessoas, levando-as a viver completamente fora dos propósitos de Deus... As pragas se cumprem." Jorge Linhares, em Bênção e Maldição, Pg. 16.
Resumindo – Essa teoria antibíblica tem a maldição como uma entidade em si mesma que precisa apenas que alguém desencadeie o processo inicial, que é um pecado cometido por uma pessoa num passado remoto ou recente; depois disso, passa a agir com total independência. Não Lega em conta a responsabilidade pessoal. Diz Marilyn Hikey, em seu livro Quebre a Cadeia da Maldição Hereditária:
"...mas a maldição da sua terra não foi transmitida pelo pecado pessoal deles ou mesmo dos ancestrais, mas pelos habitantes anteriores (os índios sioux)."
A maldição, segundo a doutrina em questão, opera cegamente atingindo qualquer um ao seu alcance; vai se transmitindo indefinidamente através do tempo, até que um especialista em quebra de maldições a quebre; usa como meio receptor e transmissor um local, um objeto, uma pessoa, uma família, uma cidade, um país etc...; como uma energia maligna invisível, vai se espalhando [conforme os milhares de "testemunhos" baseados em experiências subjetivas e desmentidas pela Bíblia]. A maldição em certas circunstâncias parece operar por si mesma, como um mal invisível que tem personalidade própria e poder de se autodeterminar; já em outras circunstâncias parece ser uma energia maligna operacionalizada por demônios, que são chamados de "espíritos familiares". Essa maldição tem que ser quebrada pela intervenção humana num ritual que difere de especialista para especialista.
Os diferentes elementos do ritual herege da quebra de maldição:
- Busca de palavras de conhecimento e de revelações extra-bíblicas para se descobrir a causa específica das maldições hereditárias. Na busca das causas da maldição, vale até entrevista com demônios. Marilyn Hickey conta: "Certa vez expulsamos um espírito mau de uma mulher. Perguntamos a ele: ‘Quando você entrou aí?’ Ele respondeu com alguma coisa jocosa. Então indagamos: ‘Por que você está aí?’ Ele respondeu: ‘Porque se eu a peguei, pego também o filho dela!’ Aquela mulher foi liberta!"
- Declaração de que não se aceita os problemas porque são fruto de maldição;
- Oração a Deus e Profissão de Fé ao Diabo. Marilyn Hickey narra um caso desses: "Amado Pai Celestial, Tu me amas! Tu enviaste Teu Filho para quebrar esta maldição... Tenho o Seu Nome... Nome que protege. Seu sangue me purifica de imediato. Estou liberto pelo sangue. No Nome de Jesus, amém. Agora, em voz alta, faça esta profissão de fé: ‘Satanás! Tu e os teus maus espíritos do alcoolismo ouviram a oração que acabo de fazer! Tiveste a tua chance, mas o teu poder está quebrado... Em Nome de Jesus, a tua maldição está quebrada... Por isso, diabo, afasta-te daqui e não tornes nunca mais!".
- Exorcismo com palavras de ordem amaldiçoando a Satanás para amarrá-lo e livrar a geração por ele amaldiçoada. Marilyn Hickey diz: "O diabo é o valente. O que temos de fazer a ele? Amarrá-lo. E depois? Nós lhe tomamos a casa – ou aquela geração! Nós dizemos: Ei, diabo, espere um minuto! A minha geração não pertence a você porque eu o amarrei em Nome de Jesus, e você não vai fazer isso! É isso que fazemos: Rompemos a maldição em Nome de Jesus."
- Aqui encontramos uma maneira simplista, mística, ilusória, e ineficiente de se enfrentar problemas causados por pecado. Essa é uma fantasiosa vitória sobre o pecado. A fórmula correta de vitória sobre o pecado é arrependimento contínuo que conduz a uma vida de piedade caracterizada por temor a Deus, desejo de Deus e amor a Deus, ou seja, um sincero e humilde cultivo da santidade na dependência do Espírito Santo e obediência da Bíblia.
- Mudança no Conceito de Pecado: Pecado passa a ser mais uma coisa que herdamos de nossos ancestrais e portanto não somos culpados, do que uma coisa na qual somos responsáveis diretamente.
- Arrependimento não bíblico: Depois de ser protagonizado e ensinado todo esse confuso e anti-bíblico ritual acima, Marilyn Hickey insatisfeita e insegura de sua metodologia acrescenta a única coisa que era necessária desde o início: "O que quebra a maldição é o arrependimento." – Bastaria o arrependimento, e nada das invenções seria necessário.
2. Heresias Específicas da Doutrina da Maldição Hereditária
a) Antropocentrismo e o Poder Onipotente das Palavras Humanas: Anulação da soberania divina e caos na terra.
- O poder divino das palavras humanas - As palavras do Evangelho da Maldição têm poder em si mesmas: São comparadas às sementes, que tem dentro de si mesmas o poder para germinar. – "As palavras são como sementes que, caindo em solo próprio, achando as condições favoráveis, germinam, crescem, frutificam..." "Nossas palavras podem alimentar ou anular a ação de Satanás." "Convidei-a para orarmos juntos. Pedimos a Deus a solução dos conflitos emocionais e depois, de comum acordo, quebramos e anulamos a maldição das palavras de zombaria. Naquele momento, o Senhor a libertou." Jorge Linhares, Pgs. 16, 11, 12.
- Incoerência – Pedem a Deus a solução do problema e depois como se fossem oniscientes e onipotentes decretam a solução desse mesmo problema.
- Humanismo Mal Disfarçado: O homem é que coloca maldições mediante suas palavras de praga e outro homem, mediante palavras de oração a Deus e repreensão do diabo, quebra essas maldições. Deus entra apenas como ator coadjuvante, com um papel secundário e quase dispensável.
- Um exemplo de Heresia: Mãe define o futuro da filha por dizer-lhe palavras impensadas – "Quando você se casar e tiver filhas não haverá paz em sua casa. Eles serão contenciosos e a discórdia será uma constante. Depois de algum tempo ela se casou. Vieram os filhos, e a maldição cumpriu-se plenamente. A casa virou um inferno... tivemos um tempo de aconselhamento e oração, e a maldição foi quebrada." Linhares, Pg. 15
- Teoria Que Implica Caos do Universo – No caso das palavras duras da mãe em relação ao futuro da filha, se é verdade que o lar da moça se tornou um inferno por causa da maldição da mãe, isso seria terrível, pois isso implicaria que o destino das pessoas e do universo estariam no poder das palavras de pecadores inconseqüentes, falíveis e imprevisíveis. Isso geraria um caos e um descontrole total da vida na terra. Isso anularia a própria soberania de Deus no Universo. Isso tiraria o governo das mãos de Deus e o colocaria na boca dos homens. Isso é ridículo, antropocêntrico e anti-bíblico.
b) Deus Depende das Palavras Humanas Para Agir?
- Um Deus dependente do homem – Este é o Evangelho da Confissão Positiva e do Evangelho da Maldição – "Palavras produzem bênção... [ou] maldição... Palavras negativas... dão lugar a opressão demoníaca... ...Palavras positivas (confissão positiva), amorosas, de fé, de confiança em Deus, liberam o poder divino para desfazer a opressão..." Linhares, Pg. 16, 18
- Uma caricatura do Deus da Bíblia – Essa afirmativa deixa Deus dependente das palavras humanas para liberar seu poder. É quase como se Deus precisasse de autorização humana para agir. Esse não é o Deus da Bíblia, é, sim, uma grotesca caricatura do Deus da Bíblia. De fato, um Deus destronado pelo homem, que proclama as suas pretensões à divindade quando imagina que suas palavras podem fazer tudo acontecer.
- Psicoterapia Freudiana Mistificada ou Doutrina da Transferência de Culpa do Pecador para seus ancestrais. Consiste na transferência da culpa e da responsabilidade do comportamento pecaminoso pessoal de alguém para parentes, amigos, professores etc... que no passado disseram algo impensado.
- Tentar ajudar alguém, aliviando a sua culpa por transferi-la para "maldições" herdadas da família é apenas uma variação maligna da técnica criada pelo ateu Sigmund Freud, que, em vez de usar "maldição", usa os termos "complexos" e "doença mental" para explicar comportamentos anormais e erros das pessoas, lançando a responsabilidade de seus pecados e crimes em seus parentes e professores de um passado distante..
- O Evangelho da Maldição é um Processo Sutil de Transferência de Culpa – Seus mentores atribuem todos os pecados à maldição hereditária: "...comecei a perceber nos testemunhos de prostitutas, homossexuais, ladrões e assassinos, que quase sempre seu envolvimento nesses tipos de vida irregular fora precedido por palavras de maldição, proferidas principalmente pelos pais." Linhares Pg.29
Marilyn Hickey diz: "Essas coisas que nos perturbam e apoquentam são, realmente, maldições de famílias ou de gerações – problemas que começaram com os nossos ancestrais e vieram até nós. E o que é pior: eles não vão parar aqui; podem ser transmitidos aos nossos filhos e aos filhos dos nossos filhos!" O pecador que pela sua natureza decaída já gosta de arrumar desculpas para os seus pecados lançando ou transferindo a sua culpa para outros, encontra nesta teoria diabólica um meio fajuto de aliviar sua consciência por lançar sua própria culpa sobre os outros. Adão, após a queda, transferiu sua culpa para Eva, e Eva, para a serpente (Gn 3). O tremendo mau que o ateu Freud fez através da psiquiatria no mundo secular os defensores da maldição hereditária de família estão fazendo no meio evangélico, criando um bando de gente irresponsável pelos seus próprios pecados.
- O Evangelho da Maldição usa os ancestrais como bodes expiatórios das culpas presentes dos pecadores. Deus abomina essa inversão maligna: "O que justifica o perverso e o que condena o justo são abomináveis para o Senhor, tanto um quanto o outro." Pv 17.15. A seguir damos exemplos do que acabamos de falar:
Culpar os pais por comportamento homossexual – "depois de ser tanto amaldiçoado, acabei me envolvendo com homossexualismo". (Linhares, Pg. 13).
Confrontação invertida – Mais adiante no livro, Linhares confronta o pai de um jovem homossexual com as seguintes palavras: "...ele [o gay] é homossexual por sua culpa [do pai]... O senhor como pai o amaldiçoou desde pequeno, chamando-o de mulherzinha." Pg. 31.
Responsabilidade invertida – Na confrontação acima ainda diz para o pai: "Tudo pode mudar. Depende de você [se referindo ao pai]." (Pg. 31). O ridículo e anti-bíblico nessa confrontação invertida e absurda de pecados é que Linhares diz que a mudança da situação de homossexualismo do jovem gay depende do pai por quebrar a maldição proferida por ele, e não do rapaz em pecado.
Arrependimento, e não quebra de maldição – Em vez de ficar procurando um bode expiatório no passado para lançar a culpa do pecador, deve-se seguir o processo bíblico de levar o pecador a assumir pessoalmente toda a culpa por seu comportamento pecaminoso, iniciando assim um processo genuíno de arrependimento e restauração.
c) O pacto com o diabo à revelia do consentimento da pessoa. Essa doutrina coloca o diabo como centro de todos os problemas humanos. Podemos fazer um pacto com o diabo entregando outra pessoa a ele? Isso sem que aquele que fez o pacto e o que é entregue saber ou fazer isso conscientemente?
- O caso de entrega de uma pessoa ao diabo motivada pela maldição da mãe. – A mãe disse para a filha: "Sua burra, preguiçosa, o diabo que te carregue." Em seguida Linhares diz: "Mesmo sem intenção, [essa mãe] entregara a filha ao diabo. (Livro "Benção e Maldição, Pg. 19).
O homem de Corinto é entregue a Satanás por causa de seus próprios pecados, e não porque alguém com raiva dele decidiu fazer isso (1 Co 5.1-5). A decisão de entrega espiritual de vida tem de ser algo individual e intransferível. Essa pseudo-guerra contra o diabo é um espetáculo de supervalorização dele com desvalorização da soberania de Deus. Deus é o soberano absoluto do Universo, o sumo bem, e faz o que lhe apraz (Sal 135:6).
d) A Palavra de Deus versus as Palavras do Homem.
As palavras humanas têm poder em si mesmas para realizar aquilo que dizem? A resposta é não. As palavras que têm poder em si mesmas são as palavras de Deus, escritas na Bíblia.
Quanto poder têm as palavras humanas? Somente o poder que Deus queira lhes dar conforme o Seu propósito. A palavra humana que tem poder é aquela que é falada em nome de Deus, como no caso dos profetas bíblicos, ou dos pregadores da Palavra escrita na Bíblia.
"Assim veio a Palavra do Senhor por intermédio do profeta Jeú, filho de Hanani, contra Baasa e contra a sua descendência." 1 Re 16.7 - "disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade." 1 Re 17.24
A palavra que não volta vazia sem cumprir o seu propósito é a palavra de Deus e não a palavra dos homens: "assim será a palavra que sair da minha boca: Não voltará para mim vazia mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei." Is 55.11.
O poder e efeito das palavras do homem são como a flor que murcha, mas a palavra de Deus é diferente: "seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente." Is 40.8. Portanto, não é a palavra dos homens que devemos temer, mas a Palavra de Deus.
Quanto poder tem a "Palavra de Fé" ou pronunciado com fé, conforme Marcos 11.21-24? – O que é de errado com a "confissão positiva"?
"Então, Pedro, lembrando-se, falou: Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou. Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz assim será com ele. Por isso, digo-vos que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco."
Os defensores da Confissão Positiva interpretam mal esse texto, como se Deus estivesse dando total soberania e poder irrestrito às palavras do homem [poder para conseguir qualquer coisa, bastando para isso pronunciar, declarar ou confessar o que se quer], e a chave dessa soberania seria a fé. Mas o que seria essa fé em Mc 11.21-24? É fé centralizada em Deus: "Tende fé em Deus." (v. 22); é fé que não carece de sinais visíveis (Jo 20.29; II Co 5.7).
O que essa fé não é: não é fé na fé – ou seja, como se a fé fosse algo em que se deva confiar.
Não se deve confiar no poder da fé, mas na pessoa de Deus (Mc 11.22); não é fé no homem – "Maldito o homem que confia no homem." – isso é confiar em si mesmo. (Jr 17.5); não é fé que funciona independentemente da vontade de Deus – "E esta é a confiança que temos para com ele: que se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade ele nos ouve." 1 Jo 5.14.
Conclusão – Um confronto entre verdade e erro.
Os autores dos livros examinados dão várias fórmulas para se quebrar a maldição hereditária de famílias. Essas fórmulas contém coisas bíblicas, outras anti-bíblicas, e ainda outras inventadas simplesmente por incredulidade dos autores, que gostam de andar pela vista e não pela fé.
É verdade – Que o pecado gera maldição [castigo] na vida do sujeito autor desse pecado. "a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor [pecado], vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno..." "Aquilo que o homem semear ele ceifará." (Gal. 6:7,8). Exemplos de pecados específicos causadores de maldição ou castigo divino ao pecador: Gostar de amaldiçoar, praguejar, e desejar mal aos outros (Sl 109.17; Rm 12.14); idolatria (Dt 27.14,15); Feitiçaria (Dt 18.10-14); Rebeldia contra os pais (Dt 27.16); Mudar os marcos da terra (Dt 27.17); Crueldade com deficientes (Dt 27.18); Imoralidade Sexual (Dt 27.20-23) etc...
É mentira – Que a maldição de outra pessoa, conseqüência dos seus pecados, seja transmitida como herança a seus familiares; cada um dará conta do seu pecado. "Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." Rm 14.12
É verdade – Que as conseqüências do pecado de alguém afetam indiretamente seus familiares e conhecidos, pois ninguém peca para si só. As conseqüências atingem a todos. "No seu caminho há destruição e miséria." Rm 3.16.
É mentira - Que os problemas (espirituais, psicológicos e de saúde) dos filhos são conseqüência de maldição herdada dos pais. Por exemplo: a sífilis em uma criança pequena é resultado da maldição ou castigo da prostituição do pai, porém, não é a maldição em si mesma, mas sim é resultado da maldição dos pais. E neste caso a sífilis da criança não é uma maldição a ser quebrada, mas uma doença a ser curada. "A alma que pecar essa morrerá." - e não outra que não pecou. (Ez 18.4).
É verdade – Que as palavras humanas podem se tornar muito destrutivas. Joseph W. Stowell resume bem o poder destrutivo das palavras: "as palavras podem ser destrutivas em três aspectos. Elas podem destruir (1) nosso relacionamento com Deus, (2) nosso relacionamento com aqueles que amamos e até (3) nosso relacionamento conosco mesmo." Depois acrescenta: "Ter uma língua é como Ter dinamite entre os dentes: é preciso pensar nisso." [O Controle da Língua – Pg.14 – Editora Batista Regular].
Tiago nos adverte: "a língua é fogo; é mundo de iniqüidade... contamina o corpo inteiro... põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno." Tg 3.6. Não que elas tenham um poder místico nelas próprias para destruir, mas que podem promover destruição pelos efeitos causados pela reação negativa e anti-bíblica de pessoas muito sensíveis.
Minha esposa (Carmita) diz algo muito sábio acerca de agressões verbais. Ela diz: "quem é dono de sua boca diz o que quer; eu sou dona dos meus ouvidos e escuto o que quero." Em resumo, as palavras humanas de maldição só terão poder em quem vier a escutá-las com temor, e venham a se deixar impressionar psicologicamente pelas mesmas. Vejamos Eclesiastes 7.21,22 – "Não apliques o coração a todas as palavras que se dizem, para que não venhas ouvir o teu servo amaldiçoar-te, pois tu sabes que muitas vezes tu tens amaldiçoado a outros."
Charles H. Spurgeon também aconselhava as pessoas a terem um ouvido surdo, e dizia: "Não dês o coração a todas as palavras ditas – não as leve ao coração ou não lhes dê importância, não atentes para elas, nem procedas como se as tivesse ouvido. Você não pode deter a língua das pessoas; portanto, a melhor coisa é deter os seus próprios ouvidos, e não ligar para o que digam. (Lições aos meus alunos – Pg. 174 – Publicações Evangélicas Selecionadas).
Outra mentira é dizer que as palavras de maldição têm poder em si mesmas. As palavras dos amaldiçoadores são como eles próprios: "vento" (ocas, vazias ou sem poder em si mesmas), porém voltarão para eles como um bumerangue, pois quem deseja o mal aos outros está desejando para si mesmo. – "Até os profetas não passam de vento, porque a palavra [de Deus] não está com eles; as suas ameaças [maldições] se cumprirão contra eles mesmos." Jr 5.13.
Ainda as palavras e as maldições dos prognosticadores ou profetas que não são inspirados por Deus são consideradas como PALHA – sem nenhum valor, ou possibilidade de se cumprir – Jr 23.28-31.
Aqueles que amaldiçoam o seu próximo estão ignorantemente se colocando em curso de colisão com a própria maldição que proferem, não porque as suas palavras tenham poder em si mesmas, mas porque Deus os fará colher a maldição que está plantando para outros. – "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois tudo aquilo que o homem semear também ceifará." "Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam assim fazei-o vós a eles." (Gl 6.7; Mt 7.12). Ainda é mentira dizer que o homem tem a prerrogativa de autorizar o diabo a cumprir maldição de suas palavras na vida de outros.
Aqui há uma inversão conceitual, pois conforme a Bíblia é a humanidade que "jaz no maligno" e não "o maligno jaz na humanidade". O mínimo que um homem pode fazer é "dar lugar ao diabo" em sua própria vida, ou seja, fazer ou dizer coisas que darão progressivo controle de Satanás sobre sua vida. Porém, a Bíblia nunca diz que podemos autorizar o diabo a executar maldições na vida de outros. (1 Jo 5.19; Ef 4.27).
Essa definição veio da feitiçaria e da bruxaria. Na feitiçaria lançar feitiço eqüivale a lançar malefício ou maldição de feiticeiro.
De fato, não há real base bíblica e teológica para as definições e práticas da maldição hereditária. Quando Jorge Linhares, Marilyn Hickey e outros defensores dessa heresia usam versículos da Bíblia, usam textos que falam do poder das palavras, e de maldições, mas tirando-os do contexto, manipulando-os e adulterando o sentido da Palavra de Deus, e, para apoiar a sua doutrina insustentável biblicamente, usam um grande número de supostos testemunhos, com interpretações subjetivas e falaciosas. O fato é que os textos usados por eles não dá respaldo à teoria humanista e mística da maldição hereditária da família defendida por eles e por muitos outros.
por + Marcos D' Kopinits - bispo emérito da IAC no Estado do Rio de Janeiro, Ph. D em Ciências da Religião.
מי ייתן והאדון ישוע יברך את החיים שלך
Por que a Igreja Anglicana Continuante - IAC - Província Anglicana do Brasil, guarda o dia
de Domingo e não o dia de Sábado? Respondendo aos Adventistas do Sétimo Dia e a
Todos os Sabatistas.
Por Dom J. Kennedy de Freitas - Ph. D
Como responder a pergunta Adventista e de todos os Sabatistas em
geral, dizem eles: “Mostre-me
na Bíblia onde Deus mandou guardar o Domingo em lugar do Sábado?” Apresentamos agora abaixo
8 razões [de dez, exceção da 8 e 9],
como respostas bíblicas a esse questionamento.
Mas antes vamos mostrar uma incoerência nessa pergunta. Eles na
verdade colocam em dúvida um padrão bíblico de deduções legítimas que eles usam.
O que está errado é a formulação da pergunta e não nas provas. Poderíamos
perguntar: “Mostre-nos por favor, na Bíblia Sagrada onde o Deus Todo-Poderoso
mandou celebrar a Santa Ceia ou Sagrada Eucaristia em lugar da Páscoa?”
Vejamos o que o livro Nisto Cremos , oficial e autorizado de doutrinas
Adventistas do Sétimo Dia, diz na página 267 ao tratar da Santa Ceia: “Naquele
momento, Jesus instituiu, em
lugar da Páscoa, o serviço que seria o memorial do Seu grande sacrifício: a
Ceia do Senhor” Página 271: “A Ceia do Senhor ocupou o lugar da Páscoa praticada no Antigo
Testamento.”[negrito é nosso].
Ou seja, quando os Adventistas do Sétimo Dia ou qualquer Sabatista
apresentarem essa ordem de
transferência, podem exigir algo com relação ao Domingo no lugar do sábado!
POR QUE A IAC GUARDA O DIA DE DOMINGO?
Evidentemente que para dar uma resposta a essa pergunta com poucas
sentenças seria impossível. Mas podemos tentar trazer alguns apontamentos
resumidos. Preciso deixar claro que não tenho problema algum com a guarda do
Sábado praticada pelos irmãos Batistas do Sétimo Dia, nem necessariamente com a
maneira com que os hereges Adventistas
do Sétimo Dia tem dito que guardam. Os problemas com a guarda
do sábado pelos Adventistas do Sétimo
Dia são: 1) Em vários momentos nós observamos contrapondo essa guarda como sinal de
que são a verdadeira Igreja do Senhor Jesus Cristo por causa disso. 2)Para a mística profetisa a senhora Ellen G. White, a guarda do sábado será O sinal apocalíptico, escatológico, da salvação na volta de
Cristo! 3) Quando na vida individual [ou coletiva] eles sentem alguma justiça
advindo da guarda do sábado.
AS RAZÕES para se
guardar o Dia de Domingo são
exclusivamente extraídas do Novo Testamento (embora se pode vislumbrar algo no Velho Testamento) e da prática
que se seguiu ao que foi estabelecido no Novo Testamento.
Primeiro – Após o
nascimento da Igreja em Atos dos Apóstolos, o Novo Testamento não revela que as
atividades celebrativas cristãs foram realizadas aos sábados, mas sim aos
Domingos. Isso não foi sem
propósito.
Segundo – Os
relatos sobre os sábados no Novo Testamento estão ligadas aos Judeus e não aos
Cristãos. Isso não foi sem
propósito.
Terceiro – O
principal evento do Cristianismo, a Ressurreição do Senhor Jesus Cristo, se deu
no Domingo. Esse fato é
relatado nos quatro evangelhos, destacando não somente o acontecimento, mas o dia do acontecimento. Isso não foi sem propósito.
Quarto – O ‘nascimento’ da Igreja Cristã se deu em Pentecostes,
que era no Domingo (ou seja, Primeiro Dia da Semana)! Isso não foi sem propósito.
Quinto – Tendo
em vista o Pentecostes de Atos capítulo 2, as primícias das realizações cristãs
foram feitas no Domingo. 1) Primeiro sermão, 2) Primeiras conversões
e 3) Primeiro batismo realizado pela Igreja. Isso não foi sem propósito.
Sexto – O
Soberano Deus usou a palavra ‘Domingo=
dia do Senhor’ em uma
referência ao primeiro dia da semana em Apocalipse 1.10. Isso não foi sem propósito.
Sétimo – Um
livro Bíblico foi escrito sob revelação Divina no Domingo. Isso
não foi sem propósito.
Oitavo – A
história confirma que os cristãos após os apóstolos, no segundo século,
celebravam o Senhor no Domingo
e não guardavam o sábado. Isso não foi sem propósito.
Nono – Todos
os teólogos cristãos da Reforma, os servos fiéis de Deus, os Puritanos,
Anglicanos, bem como uma nuvem de teólogos fieis de todos os ramos do Protestantismo,
entenderam que os motivos acima são evidências bíblicas para considerar o Domingo como dia do Senhor. Isso não foi sem propósito.
Décimo –
Colossenses 2.16,17 impede que qualquer guardador do sábado lance julgamento
contra quem não guarda o sábado. Isso
não foi sem propósito.
Essas são as razões que me levam a guardar* o Domingo, o Dia que nosso Senhor Jesus Cristo ressurgiu
dentre os mortos para a glória de Deus e para a nossa salvação!
*A maneira de se guardar o
Domingo é objeto de debate. Alguns transferem todas as referências e prescrições sabáticas
do Velho Testamento ao Domingo.
Outros mantêm uma guarda mais celebrativa do que de trabalho e ainda outros
acreditam que seja uma oportunidade de maior expansão de atividades cristãs.
Nem mesmo John Calvino chegou ao ponto em que os Puritanos de Westminster
chegaram nesse assunto. Mas talvez
quem esteja errado nisso seja John Calvino e não a Assembleia de
Westminster.
É um fato que o Dia do
Senhor já não tem sido mais ‘o
dia do Senhor’, para aqueles que são do Senhor. Isso é um pecado de
ambição, egoísmo e egocentrismo! Esse dia poderia ser um dia de leitura bíblica
em família, de visitas em hospitais, evangelização, e descanso necessário. Mas
jamais trocar um culto nesse dia por uma festa, ou um jogo.
Pensemos nisto!
A GUARDA DO SÁBADO OU DO DOMINGO: QUAL SERÁ A OPÇÃO CRISTÃ?
Pelo Dom J. Kennedy de Freitas –
Ph. D em Ciências da Religião
Milhares de estudos já foram realizados
sobre esse tema de certa forma polêmico. As opiniões se dividem: de um lado, os
que defendem a sacralidade do sábado, exemplo dos Adventistas do Sétimo Dia e
de outros grupos Sabatistas; do outro, os demais cristãos (como nós de Confissão Anglicana), que consideram o domingo como
sendo o dia do Senhor, tendo como principal razão a ressurreição do Senhor
Jesus Cristo, nesse dia. Vejamos quais os principais argumentos apresentados
pelos dois grupos (sábado, do hebraico
shabbath, dia de cessação do trabalho, de descanso). Em primeiro lugar
vamos conhecer o que dizem os pró-sabáticos:
O Sétimo Dia foi
abençoado e santificado por Deus e marcou o término de toda a Sua obra criadora
(Gênesis 2.2-3).
O Quarto Mandamento
declara que "o sétimo dia é sábado
do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho...pois em seis dias fez o Senhor
o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, mas no sétimo dia descansou"
(Êxodo 20.8-11).
O Senhor Jesus Cristo
não aboliu a Lei Moral, os Dez Mandamentos, escrita por Deus (Êxodo 31.18). A
que foi cravada na cruz (Efésios 2.15) foi a lei cerimonial composta de
ordenanças e ritualismo, escrita por Moisés num livro (Deuteronômio 31.24-26;
II Crônicas 35.12; Lucas 2.22-23). Os mandamentos morais são irrevogáveis
porque perpétuos. Os mandamentos cerimoniais, para observância de certos ritos,
foram ab-rogados (holocaustos, incenso,
circuncisão).
O fato de estarmos
sob a graça não nos desobriga da observância da Lei de Deus. Não é correto
dizermos que a graça existiu apenas a partir do Senhor Jesus: "... e a graça que nos foi dada em Cristo
Jesus antes dos tempos eternos" (II Timóteo 1.9). Não existisse a
graça no Velho Testamento, teriam sido salvos pelas obras Adão, Noé, Moisés,
Abraão, Enoque, Isaías, Daniel e outros?
O novo mandamento
dado pelo Senhor Jesus (João 13.34) não ocupa o lugar do Decálogo, mas provê os
crentes com um exemplo do que é o amor altruísta. O Senhor Jesus, na qualidade
do grande EU SOU, proclamou Ele
próprio a Lei Moral do Pai, no Monte Sinai (Jo 8.58). Ao jovem curioso, Ele
disse: "Se queres, porém, entrar na
vida, guarda os mandamentos" (Mateus 19.17).
Os que defendem a sacralização do
primeiro dia da semana - o domingo -
como um dia santo, de descanso, dedicado ao Senhor, apresentam os seguintes
argumentos:
Com a Sua morte o Senhor Jesus inaugurou uma Nova Aliança. Durante Sua vida
terrena, Ele, judeu nascido sob a lei (Gálatas 4.4), foi circuncidado e
apresentado ao Senhor (Lucas 2.21-22)) cumpriu a Páscoa (Mateus 26.18-19), e
assim por diante. Todavia, a partir da cruz, a lei não mais tem domínio sobre
nós.
A lei serviu para nos conduzir a Cristo: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou
pelo beber ou por causa dos dias de festas, ou de lua nova, ou de sábados.
Estas coisas são sombras das coisas futuras; a realidade, porém, encontra-se em
Cristo" (Colossenses 2.16-17). "Mas, antes de chegar o tempo da fé, a Lei nos guardou como
prisioneiros, até ser revelada a fé que devia vir. Portanto, a lei tomou conta
de nós até que Cristo viesse para podermos ser aceitos por Deus por meio da fé.
Agora chegou o tempo da fé, e não precisamos mais da Lei para tomar conta de
nós" (Gálatas 3.23-25, Bíblia
Linguagem de Hoje).
Diversas passagens bíblicas são citadas pelos defensores da adoração
dominical, para reforçar sua tese de que vivemos sob uma Nova Aliança. A Antiga Aliança
cumpriu sua finalidade. Exemplo: "O
mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma),
e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus"
(Hebreus 7.18-19). E mais: "Pois se
aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, nunca se teria buscado lugar
para a Segunda... ela não será segundo a aliança que fiz com seus pais no dia
em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porque não
permaneceram naquela minha aliança, e eu para eles não atentei, diz o Senhor.
Dizendo nova aliança, ele tomou antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna
antiquado e envelhecido, perto está de desaparecer" (Hebreus 8.7-13).
Prestem atenção no seguinte: "Pois Ele [Cristo Jesus] é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um,
e destruiu a parede de separação, a barreira de inimizade que estava no meio,
desfazendo na sua carne a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças,
para criar em si mesmo dos dois um novo homem..." (Efésios 2.14-15).
Os pró-sabáticos vêem aí uma
distinção entre as leis cerimoniais de Moisés, e os Dez Mandamentos. Estes não
teriam sido revogados. Os anti-sabáticos,
regra geral, não fazem diferença, mas consideram que os princípios morais dos
Dez Mandamentos continuam sendo pertinentes aos crentes de hoje, porém em outro
contexto. Dizem, ainda, que em diversas ocasiões "mandamentos cerimoniais" eram chamados de lei do Senhor. São
exemplos: holocaustos dos sábados e das Festas da Lua Nova (II Crônicas 31.3-4);
Festa dos Tabernáculos (Números 8.13-18); consagração do primogênito (Lucas
2.23-24).
Não prevalece o argumento da perpetuidade da guarda do sábado ("Os filhos de Israel guardarão o sábado,
celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua" - Êxodo
31.16-17). Outras leis foram classificadas de "perpétuas" e nem por isso se perpetuaram, como exemplo: a páscoa (Êxodo 12.24), a queima de incenso (Êxodo 30.21), o sacerdócio Levítico (Êxodo 40.15), ofertas de paz (Levítico 3.17), sacrifício anual de animais (Levítico
16.29,31,34), e outros.
Os anti-sabáticos levantam ainda os seguintes argumentos a seu favor: a) os primeiros
cristãos se reuniam e adoravam no domingo (Atos 20.7; 1 Co 16.1-2); b) O Senhor
Jesus Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Marcos 16.9); c) as
aparições do Senhor Jesus pós-ressurreição ocorreram seis vezes no primeira dia
da semana (Mateus 28.1-8, Marcos 16.9-11, 16.12-13, Lucas 24.34, Marcos 16.14,
João 20.26-31); d) a visão apocalíptica de São João se deu no dia do Senhor,
assim considerado o primeiro dia da semana (Apocalipse 1.10); o Espírito Santo
desceu sobre a Igreja no domingo (Atos 2.1-4).
Nove dos Dez Mandamentos foram ratificados no Novo Testamento, mas a
guarda do sábado foi excluída. Vejamos: 1) "Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20.3) = "Convertei-vos ao Deus vivo" (Atos
14.15); 2) "Não farás para ti imagem
de escultura" (Êxodo 20.4) = "Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos" (I João 5.21); 3) "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão" (Êxodo 20.7) =
"Não jureis nem pelo Céu, nem pela
terra" (Tiago 5.12); 4) "Lembra-te
do dia do sábado, para o santificar" (Êxodo 20.8) = Sem ratificação no NT, ou seja, no NT não
há nenhum mandamento de Deus para se guardar o Sábado; 5) "Honra teu pai e a tua mãe" (Êxodo
20.12) = "Filhos, obedecei vossos
pais" (Efésios 6.1); 6) "Não
matarás" (Êxodo 20.13) = "Não
matarás" (Romanos 13.9); 7) "Não
adulterarás" (Êxodo 20.14) = "Não
adulterarás" (Romanos 13.9); 8) "Não furtarás" (Êxodo 20.15) = "Não furtarás" (Romanos 13.9); 9) "Não dirás falso testemunho" (Êxodo 20.16) = "Não mintais uns aos outros" (Colossenses
3.9)); 10) "Não cobiçarás" (Êxodo
20.17) = "Não cobiçarás" (Romanos
13.9). Diante disso, os anti-sabáticos afirmam que a Nova Aliança não indica um
dia especial da semana para o descanso.
Há quem divide o Decálogo em duas partes: 1) Leis cerimoniais
ou religiosas, as que tratam dos deveres dos homens para com Deus (não ter outros deuses; não fazer imagens,
nem adorá-las; não blasfemar, e lembrar do sábado). 2) Leis morais ou
sociais, as que tratam da relação dos homens entre si (honrar os pais; não matar; não adulterar; não furtar; não proferir
falso testemunho, e não cobiçar os bens e mulher do próximo). A guarda do
sábado, como cerimônia, fora anulada na cruz (Efésios 2.14-15; Colossenses
2.14).
As leis do Velho Testamento, de um modo geral, foram feitas para os
judeus, especialmente para eles. São exemplos: a) "Tu, pois, fala aos filhos de Israel,
dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre
mim e vós nas vossas gerações" (Êxodo 31.12-18); b) "O Senhor, nosso Deus, fez conosco concerto,
em Horebe...com todos os que hoje aqui estamos vivos" (Deuteronômio
5.2-3).
CONCLUSÃO
Na sua Carta Apostólica DIES DOMINI, o Papa João Paulo II adota uma postura
conciliadora. Ele não toma partido na discussão dos aspectos moral e cerimonial
dos mandamentos; não alimenta a tese da revogação do sábado na cruz, e
sintetiza: "Mais que uma
substituição do sábado, portanto, o domingo é seu cumprimento, em certo sentido
sua extensão e expressão completa no encomendado desenvolvimento da história da
salvação, que alcança real culminância em Cristo". Samuele Bacchiocchi, Ph.D., professor
de História da Igreja e de Teologia, na Universidade Andrews, Estados Unidos,
questionou a posição do papa, com o seguinte comentário: "Nenhuma das alocuções do Salvador ressurreto revela alguma
intenção de instituir o domingo como o novo dia cristão de repouso e culto.
Instituições bíblicas tais como sábado, batismo e ceia têm origem em um ato
divino que as estabeleceu. Mas não existe ato semelhante para sancionar um
domingo semanal como memorial da ressurreição".
O mandamento do sábado está associado à
obra da criação, à saída do povo de Israel do Egito, e à necessidade de
descanso do homem. Vejam: "Pois em
seis dias fez o Senhor o céu e a terra...mas no sétimo dia descansou" (Êxodo
20.11); "Seis dias trabalharás...mas
no sétimo dia não farás nenhuma obra" (Êxodo 20.9-10); "Lembra-te de que foste servo na terra do
Egito e que o Senhor, teu Deus, te tirou dali...e te ordenou que guardasses o
dia de sábado" (Deuteronômio 5.15). Sabemos que Deus manifestou sua
vontade e promulgou suas leis de forma gradual, escrevendo-as na consciência
(Romanos 2.15), em tábuas de pedra (Exodo 24.12), mediante Cristo, a Palavra
vivente (João 1.14), nas Sagradas Escrituras (Romanos 15.4; II Timóteo
3.16-17), e em nós, como cartas vivas (II Coríntios 3.2-3). Tudo dentro do seu
tempo e dentro do contexto do Seu superior plano de salvação. Era imperioso que
a saída daquele povo do Egito e os grandiosos feitos de Deus fossem lembrados
de geração em geração. De igual modo a instituição da páscoa serviu para
idêntica recordação.
Em nenhum momento o
Novo Testamento ordena o descanso sabático, apesar de ratificar os demais
mandamentos. Aliás, não nomeia diretamente qualquer dia da semana para adoração
e culto. Jesus em várias ocasiões passou por cima da lei sabática, curando
enfermos e permitindo que seus discípulos colhessem espigas para comer, no dia
santo (Lucas 13.14; 14.1-6; Mateus 12.1,10). Interrogado por isso, Ele disse:
"O sábado foi feito para o homem, e
não o homem por causa do sábado" (Marcos 2.27). Também disse: "Porque o Filho do homem até do sábado é
Senhor'' (Mateus 12.8).
Os primeiros cristãos
adotaram o domingo para descanso, recolhimento espiritual e adoração a Deus, e
chamaram-no de "o dia do Senhor" (Atos 20.7; I Coríntios 16.1-2; Apocalipse
1.10), clara referência ao dia em que o "Senhor do sábado" ressuscitou. Nada melhor do que seguirmos o
exemplo dos apóstolos, guiados como foram pelo Espírito Santo. Se judeus ainda
não convertidos recolhem-se no sábado para recordarem a libertação do Egito,
motivos bem maiores temos nós para nos recolhermos em Cristo Jesus, no dia de
Sua vitória sobre a morte, para darmos graças pela remissão de nossos pecados e
libertação de nossas almas do domínio do diabo. Sopesados os prós e os contras, entendemos que o dia de descanso e
culto pode recair no sábado ou no domingo, observado o princípio de trabalhar
seis dias e descansar um. Não vemos pecado na consagração do sábado ou do
domingo, desde que o dia escolhido não seja apenas um formalismo. Sábado ou
domingo, sem propósito, não passam de mais um dia de lazer. Da mesma forma,
jejum sem propósito é dieta. Julgamos que a opção pela escolha do dia ficou
manifesta nas seguintes palavras de São Paulo: "Mas agora, conhecendo a
Deus, ou antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses
rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e
meses, e tempos, e anos" (Gálatas 4.9-10). "Portanto, ninguém
vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festa, ou de lua
nova, ou de sábados. Estas são sombras das coisas futuras; a realidade, porém,
está em Cristo" (Colossenses 2.16-17).
Pensemos nisto! Amém
Instituto de Educação Teológica Anglicana do Brasil - IETAB -
Chancelada e Mantida pela IAC
Chancelada e Mantida pela IAC
Maiores Informações: domfreitas47@gmail.com
Quem Somos Nós
A Igreja Anglicana Continuante
"Província Anglicana do Brasil"
De conversas entre clérigos anglicanos que desejavam se unir e formar uma jurisdição dentro dos moldes do Anglicanismo Tradicionalista começou um projeto que culminou com a fundação da Igreja Anglicana Continuante na Festa de Pentecostes, após um retiro na cidade de Indaiatuba, estado de São Paulo, em 20 de maio de 2018.
Assegurada a Sucessão Apostólica Chambers, através do Bispo Dom José Kennedy de Freitas (conhecido como: Dom Thomás Cranmer), e os postulados da Afirmação de St. Louis, sob orientação do Arcebispo Dom Ricardo Lorite de Lima, tendo em vista seu conhecimento histórico e doutrinário do Anglicanismo e suas vertentes, chega ao povo brasileiro uma jurisdição legitimamente anglicana continuante, que está aberta a acolher aqueles que desejam desenvolver seu ministério de acordo com um Anglicanismo tradicional, conservador e biblicamente fundamentalista.
No ato de fundação da Igreja Anglicana Continuante Dom Genival Martins de Oliveira foi eleito seu primeiro Arcebispo Metropolitano, assim como Dom J. Kennedy de Freitas (conhecido como: Dom Thomás Cranmer) seu Bispo Coadjutor Metropolitano. Como reconhecimento a importância que tiveram na implantação do Anglicanismo fora da Comunhão de Cantuária no Brasil Dom Barry Frank Peachey recebeu o título de Arcebispo Metropolitano Emérito e Dom Ricardo Lorite de Lima de Arcebispo Primaz de Honra, ambos os títulos honorários (de honra).
Cabe aqui ressaltar a presença no Brasil da Abadia Nullius de New Kingsbridge, o Mosteiro Anglicano São Rafael, da Ordem Anglicana Cisterciense São Rafael, estabelecido na cidade de Goiânia/GO, que tem como Abade o Bispo †Dom Rogério Ribeiro Campos, pertencente à Diocese Anglicana de Nova Granada, na Colômbia, que tem como Bispo Diocesano Dom German Orrego Hurtado, parte integrante da Província Original da Igreja Católica Anglicana, com sede nos EUA, sendo seu Arcebispo Primaz Dom Mark Haverland, jurisdição com garantia de vínculo histórico com o Movimento Anglicano Continuante Original, de fato e de direito, através da Sucessão Apostólica Chambers, remontando ao Congresso de St. Louis, sendo ainda que Dom Rogério Ribeiro Campos foi quem transmitiu a Sucessão Apostólica Chambers ao Bispo dom J. Kennedy de Freitas.
††Dom Genival Martins de Oliveira - Th. B
Arcebispo Metropolitano
Arcebispo Metropolitano
O MUNDO PRECISA URGENTEMENTE DE HOMENS PIEDOSOS
† Dom José Kennedy de Freitas – Bispo Anglicano Continuante
† Dom Freitas e Dom Fernando
Texto: I Coríntios 4. 1-13
INTRODUÇÃO
A Igreja Cristã Brasileira está crescendo assustadoramente e desordenadamente. Qualquer Sacerdote, Pastor ou Líder Religioso que pretende avaliar honestamente a condição em que a Igreja Cristã de hoje se encontra, terá que fazer uma introspecção muito cuidadosa.
Por que?
Porque a Igreja Cristã de hoje é um reflexo do seu líder!
No entanto, infelizmente, os Ministros do Santo Evangelho (Padres, Pastores, Evangelistas, Missionários e Bispos) têm sido arrastados por uma tormenta espiritual, emocional e social que desabou sobre suas Casas, Igrejas, Comunidades, Paróquias, Dioceses e Culturas.
Será que o Sacerdócio faz diferença nestes tempos moralmente atribulados e desconexos? Sim! Necessitamos urgentemente de homens de Deus para a liderança do rebanho de Deus.
Porém, os líderes religiosos, aqueles que têm a Missão de orientar, equipar, socorrer as ovelhas, também correm sérios perigos. Com o crescimento numérico da Igreja Cristã de hoje, “bebês” na fé esperam ser alimentados. Amados irmãos, o desafio é gigantesco!
I – SOMOS MODELOS DE FÉ?
Todos nós precisamos de Modelos para viver. Aprendemos pela observação. Quando seguimos as pegadas daqueles que percorrem as veredas da honestidade visamos aos objetivos de uma vida Bem-Aventurada.
Porém, quando seguimos os Modelos errados, colhemos os amargos frutos de uma dolorosa decepção.
São referenciais e marcos balizadores em nosso caminho. Eles são espelhos para nós! Quando olhamos para o espelho, vemos a nós mesmos! O espelho nos mostra quem somos e aponta-nos onde precisamos melhorar a nossa imagem!
II – AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO LÍDER RELIGIOSO
Amados irmãos, o espelho possui algumas características que lançam luz sobre a vida do Ministro de Deus como um referencial para a Igreja de Cristo em nossos dias.
PRIMEIRO, o espelho é MUDO, e nos mostra quem somos não pelo SOM, mas através da IMAGEM.
O espelho não discursa, ele refleto; o espelho não alardeia, ele reflete! Assim deve ser o Líder Religioso.
A sua homilia mais eloqüente não é o sermão pregado no Altar de uma Igreja, mas aquele VIVIDO no seu lar, na sua Igreja e na Sociedade em geral.
Ele não prega apenas aos ouvidos, mas também aos olhos; não prega apenas com palavras, mas, sobretudo, com sua própria vida é como o exemplo. O exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz.
SEGUNDO, o espelho deve ser limpo. Um espelho embaçado e sujo não pode refletir a imagem com clareza.
Quando um líder religioso vive uma DUPLICIDADE, quando ele usa máscaras, VIVENDO COMO Ator de Novelas, quando fala uma coisa e vive outra, quando há um grande abismo entre o que ele professa e o que ele pratica, quando os seus atos reprovam as suas palavras, então, o rebanho fica literalmente confuso e decepcionado!
TERCEIRO, o espelho precisa ser PLANO. Um espelho arredondado ou convexo distorce e altera a imagem.
Precisamos ver no Líder um exemplo de vida ilibada e irrepreensível. O pecado do líder religioso é mais grave, mais hipócrita e mais danoso em suas conseqüências.
É MAIS GRAVE, porque os pecados do Mestre são os Mestres do pecado! É MAIS HIPÓCRITA, porque ao mesmo tempo em que o líder combate o pecado em público, ele o pratica em oculto! É MAIS DANOSO, em suas conseqüências porque o líder ao pecar contra um maior conhecimento, sua queda torna-se mais ESCANDALOSA!
Quanto maior uma árvore, maior é o seu barulho e sua queda. Quanto mais projeção tiver o líder religioso, maior será a decepção com o seu fracasso.
Quanto mais amada for uma pessoa, maior poderá ser a dor se ela destruir com as suas próprias mãos o referencial em que ela investiu toda uma vida para nos ensinar.
FINALMENTE, o espelho precisa ser ILUMINADO. Sem luz podemos ter espelho e olhos, mas ainda assim ficaremos imersos em grandes trevas.
Sempre que um líder religioso afasta-se de Deus e da Sua Gloriosa Palavra, a sua luz apaga-se e todos aqueles que o miravam como um alvo ficam perdidos e confusos.
Os mourões que sustentam os valores da Sociedade atual estão caindo. As cercas estão se afrouxando na Igreja Cristã atual. Os muros da nossa civilização estão quebrados e as portas de proteção e liberdade estão queimadas a fogo.
A Igreja Cristã de hoje está exposta a toda sorte de influências destrutivas, porque os nossos referenciais estão fracassados.
III – A CRISE NA IGREJA CONTEMPORÂNEA
Amados irmãos, a crise avassaladora que atinge a Sociedade, também têm alcançado a Igreja Cristã Contemporânea.
Embora estejamos assistindo a uma explosão de crescimento de tantas Igrejas (há “Igrejas” para todos os gostos), não temos visto a correspondente transformação na atual Sociedade.
Muitos líderes religiosos, no afã de buscar o crescimento numérico de suas Igrejas, abandonaram o genuíno Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e se rendem ao pragmatismo prevalecente da cultura pós-moderna.
Buscam não a verdade, mas o que “funciona”; buscam não o que é certo, mas o que dá certo. Pregam para agradar os seus ouvintes e não para levá-los ao arrependimento de seus pecados.
Pregam o que o povo quer ouvir, e não o que o povo precisa ouvir. Pregam um outro “Evangelho”, um “Evangelho Antropocêntrico”, de curas, milagres, vitórias e prosperidade, e ao o Evangelho da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pregam não todo o Conselho de Deus, mas doutrinas engendradas pelos homens. Pregam não as Sagradas Escrituras, mas as pseudo-revelações de seus próprios corações.
CONCLUSÃO
O resultado desse “semi-evangelho” é que muitos líderes religiosos passam a fazer do Altar de Deus: Um Balcão de negócios, uma praça de barganhas, onde as bênçãos e os milagres de Deus são comprados por dinheiro.
Outros passam a governar o povo de Deus com dureza e rigor, com mão de ferro. Encastelam-se no topo de uma “Teocracia” absolutista e rejeitam ser questionados. Exigem de seus fiéis uma obediência cega!
O resultado é que o povo de Deus parece por falta de conhecimento, tem perecido a cada dia nas mãos desses “líderes”!
A crise teológica e doutrinária deságua na crise MORAL! Nessa perda de referenciais,muitos líderes têm caído nas armadilhas traiçoeiras do sexo, do poder e do dinheiro!
A crise moral na vida de muitos líderes em nosso país têm sido um terremoto avassalador. Muitos líderes eram considerados Modelos e Exemplos para suas Igrejas, mas eles têm sucumbido na vida moral.
Quantos líderes e fiéis estão neste exato momento naufragando no casamento? Não são poucos que neste exato momento estão dormindo nos braços de muitas Dalilas e acordando como Sansão, sem poder, sem dignidade, sem autoridade, ficando completamente subjugados pelas mãos do Inimigo de nossas almas (O diabo).
É assustador o número de Pregadores que estão no sacerdócio, subindo ao Altar de Deus a cada domingo, exortando o povo de Deus à Santidade, combatendo tenazmente o pecado e ao mesmo tempo vivendo uma duplicidade, uma mentira dentro de casa, sendo maridos insensíveis e infiéis, pais autocráticos e sem nenhuma doçura com os filhos.
Há muitas esposas de líderes religiosos vivendo o drama de ter um esposo exemplar no Altar da Igreja e ao mesmo tempo, ter um homem intolerante, grosso dentro de casa.
Há muitos líderes que já perderam a Unção do Espírito Santo e continuam no Sacerdócio sem chorar pelos seus próprios pecados.
Não são poucos aqueles que em vez de alimentar o rebanho de Deus, têm apascentado a si mesmos. Em vez de proteger o rebanho de Deus dos lobos devoradores, são eles os próprios lobos vestidos de ovelha.
O saudoso pastor batista Cyro de Sousa dizia sempre que: “UM PREGADOR OU UM MINISTRO INFIEL É O MELHOR AGENTE DO DIABO DENTRO DA IGREJA”.
Meus amados irmãos, esta perda de referencial é como um atentado terrorista contra a própria Igreja de Deus. Ela produz perdas irreparáveis, sofrimentos indescritíveis, choro inconsoláveis e feridas incuráveis.
O pior é que o nome de Deus é blasfemado entre os incrédulos por causa desses escândalos. Precisamos de homens de Deus no Altar de nossas Igrejas. Precisamos de homens cheios do Espírito Santo, de homens que conheçam a intimidade de Deus.
Pensemos nisto, amém!