Nossas Doutrinas
Não somos uma igreja nova, mas somos uma igreja continuante, pois continuamos a acreditar em tudo o que a Igreja da Inglaterra aceitava e ensinava desde os seus primórdios. Somos uma Igreja Tradicional e Conservadora, e por essa razão defendemos e proclamamos a fé católica e apostólica, assim sendo mantemos "a fé que uma vez foi entregue aos santos." (Judas 1:3 ACF).
Na firme convicção de que "nós podemos ser salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo", e que "não há outro nome abaixo dos céus dado entre os homens pelo qual nós podemos ser salvos", e reconhecendo nossa obrigação de proclamar a Verdade salvadora de Cristo para todas as pessoas, nações e em todas as línguas, nós declaramos nossa intenção de sustentar a Una, Santa, Católica e Apostólica Fé em Deus. Nós admitimos a regra de fé baixada por São Vicente de Lerins: "Acreditamos que aquelas coisas no que tem sido crido em toda parte, sempre e por todos, isto é verdadeiro e propriamente Católico..." (Prefácio da Afirmação de St. Louis).
Assim sendo nossa fé é baseada da seguinte forma:
- Declaramos nossa crença nas Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos como a Palavra de Deus e única regra de fé e prática, de acordo com as interpretações da Tradição e da Razão;
- Defendemos os Credos Históricos comumente chamados de Credo Apostólico, Credo Niceno-Constantinopolitano e Credo de Santo Atanásio, que foram escritos no tempo da Igreja indivisa e constituem a confissão normativa da Fé católica (universal) ainda hoje, que cremos ser a síntese da fé cristã.
- Cremos como doutrina para a Igreja o definido pelos Sete Concílios Ecumênicos e os escritos dos Santos Padres na igreja indivisa, o que nos concede o caráter católico (universal);
- Aceitamos o Quadrilátero de Lambeth/Chicago de 1886 - 1888, como um documento resumo dos pontos de unidade fundamentais do Anglicanismo histórico, que define os elementos essenciais de fé e ordem para a busca de Unidade entre os cristãos;
- Afirmamos que seguimos a fé do anglicanismo histórico, tradicional e conservador que se encontra na Afirmação de St. Louis, documento norteados do Movimento Anglicano Continuante;
- Conservamos o Catecismo Anglicano, apresentado numa forma de perguntas e respostas, como uma salutar introdução às crenças cristãs;
- Afirmamos a relevância histórica das doutrinas expostas nos Trinta e Nove Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra.
Com base nestes postulados doutrinários:
Aceitamos os dois sacramentos do Evangelho, o Santo Batismo, através do qual somos aceitos como membros da Igreja de Cristo, sendo que tal graça é complementada na confirmação, e na Santa Comunhão, que nos unem ao sacrifício de Cristo Jesus que nos alimenta com seu corpo e sangue. Estes dois sacramentos foram instituídos pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Os demais ritos sacramentais da Igreja também são aceitos, apesar de não terem sido instituídos por Cristo, mas reconhecemos serem em parte estados de vida aprovados nas Escrituras: a Confirmação, Penitência, Ordens, Matrimônio e a Unção dos enfermos.
Mantemos de maneira inalterável as Sagradas Ordens, de acordo com o ensino da tradição da Bíblia e da Igreja, exclusivamente aos homens.
Obedientes ao mandato de Jesus Cristo, nós somos chamados à missão e ao evangelismo no poder do Espírito Santo. A Igreja Anglicana Continuante define o Anglicanismo como a ortodoxia inglesa, desenvolvida desde o princípio da presença da fé cristã nas Ilhas Britânicas até os dias atuais.
Os Credos da Igreja Cristã
Como resposta à Proclamação da Palavra de Deus, a comunidade faz a Profissão de Fé, que expressa a fé da Igreja de Jesus Cristo no Evangelho. Portanto os Credos da Igreja Cristã não são uma oração, assim como o Pai Nosso, mas são expressões da nossa fé, verdadeiras confissões da Igreja Cristã.
I - SYMBOLUM APOSTOLORUM (séculos II e IV da E.c.)
O Credo dos Apóstolos é uma confissão de fé ocidental que data do 3º. Século da Era comum, e está associado com o batismo, inicialmente aceito como resultado do trabalho dos doze Apóstolos contendo doze afirmações de fé na doutrina e crenças pregadas pelos Apóstolos de Jesus Cristo. As Igrejas provenientes da Reforma sempre manteve em seus manuais litúrgicos como uma afirmação da fé cristã.
CREDO APOSTÓLICO
Creio em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra: E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor: o qual foi concebido por obra do Espírito Santo. Nasceu da Virgem Maria: padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto, e sepultado: desceu ao Hades; ressuscitou ao terceiro dia: subiu ao Céu, e está sentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso : donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo: na santa Igreja Católica: na Comunhão dos Santos: na remissão dos pecados: na ressurreição do corpo: e na Vida eterna. Amém.
II - CREDO NICENO CONSTANTINOPOLITANO (325-381, E.c.)
O primeiro Credo ecumênico da Igreja que resultou dos trabalhos do Concílio de Nicéia (325,E.c.) e de algumas adaptações feitas pelo Concílio de Constantinopla (381, E.c.).Daí ser conhecido como "Credo Niceno Constantinopolitano", que é um dos Credos que recitamos em nossos cultos atualmente. O Credo Niceno Constantinopolitano, é uma afirmação de fé contra as heresias que a Igreja teve que enfrentar no decorrer dos séculos. É o símbolo triunfante de nossa fé na Santíssima Trindade.
CREDO NICENO-CONSTANTINOPOLITANO
Cremos em um só Deus, Pai Onipotente, Criador do céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis; E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus; gerado de seu Pai antes de todos os mundos, Deus de Deus, Luz de Luz, Verdadeiro de Deus, de Verdadeiro Deus; gerado, não feito; consubstancial com o Pai; por quem todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do Céu, e encarnou, por obra do Espírito Santo, da Virgem Maria, e foi feito homem; foi também crucificado por nós, sob o poder de Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado: e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras: e subiu ao Céu, e está sentado á direita do Pai: e virá outra vez, com glória, a julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim. E cremos no Espírito Santo, Senhor, Doador da Vida, procedente do Pai e do Filho; o qual com o Pai e o Filho juntamente è adorado e glorificado; o qual falou pelos profetas: e cremos na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica: reconhecemos um só Batismo para a remissão de pecados: e esperamos a ressurreição dos mortos: e a vida do mundo vindouro. Amém.
III - SYMBOLUM ATHANASIANUM - Quicúmque Vult (séculos IV e V)
O Credo de santo Atanásio é um dos três grandes Credos ecumênicos que a cristandade ocidental utiliza como profissão de fé ortodoxa composta por quarenta cláusulas divididas em duas seções, sendo uma sobre a Trindade e a outra sobre a fé da Igreja na encarnação, o Credo Atanasiano também é conhecido como "Símbolo quicúmque". Hoje é usado somente em liturgias luteranas e anglicanas. A Igreja Episcopal Reformada no Brasil, adota também este Credo por considerar a mais consistente apologia da doutrina da Trindade.
CREDO ATANASIANO
Aquele que quiser ser salvo, antes de tudo, deverá ter a verdadeira fé católica. Aquele que não a conservar em sua totalidade e pureza, sem dúvida, perecerá eternamente. E a verdadeira fé católica é esta: Que honremos um Único Deus na Trindade e a Trindade na unidade, não confundindo as Pessoas nem dividindo a substância divina. Pois uma é a pessoa do Pai; outra, a do Filho; e, a outra, a do Espírito Santo. Mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um único Deus, iguais em glória e majestade eterna. Qual o Pai, tal o Filho, tal o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado. O Pai é incomensurável, o Filho é incomensurável, o Espírito Santo é incomensurável. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. Contudo, não são três eternos, mas Um Único eterno. Do mesmo modo, não são três incriados nem três incomensuráveis, mas Um Único incriado e Um Único incomensurável. Da mesma maneira, o Pai é Todo-Poderoso, o Filho é Todo-Poderoso, o Espírito Santo é Todo-Poderoso. Contudo, não são três Todos-Poderosos, mas um Único Todo-Poderoso. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; Todavia, não são três Deuses, mas um Único Deus. Deste modo, o Pai é SENHOR, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor; entretanto, não são três Senhores, mas um Único SENHOR. Visto que, segundo a verdade católica, nos importa confessar cada Pessoa por sua vez como sendo Deus e Senhor, és-nos proibido, pela fé católica dizer que há três Deuses e três Senhores. O Pai por ninguém foi feito nem criado nem gerado. O Filho provém apenas do Pai, não foi feito nem criado, mas gerado. O Espírito Santo não foi feito nem criado nem gerado pelo Pai e pelo Filho, mas dEles procede. Logo, é um Único Pai, não são três Pais; um Único Filho, não três Filhos; um Único Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E, nesta Trindade, nenhuma Pessoa é anterior ou posterior; nenhuma maior; nenhuma menor; mas todas as três Pessoas são coeternas e iguais entre Si, de modo que, como foi dito, em tudo seja honrada a Trindade na Unidade e a Unidade na Trindade. Portanto, quem quiser ser salvo, deverá pensar assim da Trindade. Entretanto, é necessário, para a salvação eterna, crer também fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta é, portanto, a fé verdadeira: Cremos e confessamos que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus e Homem. É Deus na substância do Pai, gerado antes dos séculos, e Homem da substância de sua mãe, nascido no tempo. Deus perfeito e Homem perfeito, subsistindo em alma racional e carne humana. Igual ao Pai, segundo a divindade, e menor do que o Pai, segundo a sua humanidade. Ainda que é Deus e Homem, nem por isso são dois, mas um Único Cristo. Um só, não pela transformação da divindade, mas mediante a recepção da humanidade da divindade, mas por assumir sua humanidade em Deus. Ele é um de fato, não pela confusão da substância, mas pela unidade da pessoa. Porque assim como alma racional e corpo formam um homem, assim também Deus e homem formam um Cristo. Ele sofreu para nossa salvação, desceu ao inferno, ressuscitou dos mortos, ascendeu aos céus, e assentou-se à mão direita do Pai. Ele virá de lá para julgar vivos e mortos.l Quando ele vier, todos o9s homens vão ressuscitar novamente com seus novos corpos e vão prestar constas de seus próprios atos. Aqueles que tiverem feito o bem, irão para a vida eterna, aqueles que tiverem feito o mal irão para o fogo eterno. Esta é a fé católica. A menos que alguém creia nela fielmente e firmemente, não pode ser salvo.
Concílios Ecumênicos
Os 07 Concílios Ecumênicos da Igreja Cristã
Os Concílios ecumênicos (universais) realizados pela Igreja Indivisa, em número de 07, aceitos por católicos romanos, ortodoxos e anglicanos, foram marcos importantíssimos na sua História, tendo em vista principalmente as definições da doutrina católica ao longo do tempo, vencendo os erros e heresias que comprometiam o "depositum fidei"; a sã doutrina da fé. Esses Concílios formam como que a coluna vertebral da História da Igreja. Eis porque, de maneira resumida, queremos apresentá-los aqui, a fim de que os fiéis comecem a se familiarizar com esses dados importantes da história da Igreja. Quanto mais conhecermos a história sagrada da Igreja, mais a amaremos e a serviremos. Um papel particularmente significativo foi desempenhado pelos primeiros quatro Concílios, celebrados entre os anos 325 e 451 em Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia. Para além dos acontecimentos históricos, em que cada um deles se coloca e apesar de algumas dificuldades terminológicas, eles foram momentos de graça, através dos quais o Espírito de Deus concedeu luz abundante sobre os mistérios fundamentais da fé cristã. E como se poderia minimizar a sua importância? Neles estava em questão o fundamento, diria o centro mesmo do Cristianismo. Em Nicéia e Constantinopla, determinou-se com clareza a fé da Igreja no mistério da Trindade, com a afirmação da divindade do Verbo e do Espírito Santo. Em Éfeso e Calcedônia discutiu-se a respeito da identidade divino-humana de Cristo. Diante de quem era tentado a exaltar uma dimensão em desvantagem da outra ou de as dividir em prejuízo da unidade pessoal, foi claramente afirmado que a natureza divina e a natureza humana de Cristo permanecem íntegras e inconfundíveis, indivisas e inseparáveis, na unidade da pessoa divina do Verbo. Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem... Em Éfeso reconheceu-se o título de "Theotòkos", "Mãe de Deus", a Virgem Maria, ressaltando assim que a natureza humana, por ela transmitida a Cristo, pertence Àquele que desde sempre é Filho de Deus. Não faltaram certamente, tensões na celebração daquelas assembléias conciliares. Mas o sentido vivo da fé, corroborado pela graça divina, no final prevaleceu também nos momentos mais críticos.
1 - CONCÍLIO DE NICÉIA I
20 de maio a 25 de julho de 325
Papa Silvestre I (314 - 335)
decisões principais:
- A confissão de fé contra Ario: igualdade de natureza do Filho com o Pai. Jesus é "Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai".
- Fixação da data da Páscoa a ser celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera (hemisfério norte).
- Estabelecimento da ordem de dignidade dos Patriarcados: Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém.
2 - CONCÍLIO DE CONSTATINOPLA I
maio a junho de 381
Papa Dâmaso I (366 - 384)
Decisões principais:
- A confissão da divindade do Espírito Santo, e a condenação do Macedonismo de Macedônio, patriarca de Constantinopla.
"Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, que é adorado e glorificado com o Pai e o Filho e que falou pelos profetas"
"Com o Pai e o Filho ele recebe a mesma adoração e a mesma glória"(DS 150).,
- Condenação de todos os defensores do arianismo (de Ário) sob quaisquer das suas modalidades.
- A sede de Constantinopla ou Bizâncio ("segunda Roma"), recebeu uma preeminência sobre as sedes de Jerusalém, Alexandria e Antioquia.
3 - CONCÍLIO DE ÉFESO
22 de junho a 17 de julho de 431
Papa Celestino I (422 - 432)
Decisões principais:
- Cristo é uma só Pessoa e duas naturezas.
- Definição do dogma da maternidade divina de Maria, contra Nestório, patriarca de Constantinopla, que foi deposto.
Maria é mãe de Deus - THEOTOKOS.
"Mãe de Deus não porque o Verbo de Deus tirou dela a sua natureza divina, mas porque é dela que Ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne". (DS 251)
- Condenou o pelagianismo, de Pelágio, que negava os efeitos do pecado original.
- Condenou o messalianismo, que apregoava uma total apatia ou uma Moral indiferentista.
4 - CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA
8 de outubro a 1 de novembro de 451
Papa Leão I, o Grande (440 - 461)
Decisões principais:
Afirmação das duas naturezas na única Pessoa de Cristo, contra o monofisismo de Êutiques de Constantinopla.
"Na linha dos santos Padres, ensinamos unanimemente a confessar um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em divindade e perfeito em humanidade, o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto de uma alma racional e de um corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade, consubstancial a nós segundo a humanidade, "semelhante a nós em tudo com exceção do pecado"(Hb4,15); gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a divindade, e nesses últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade.
Um só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único que devemos reconhecer em duas naturezas, sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação. A diferença das naturezas não é de modo algum suprimida pela sua união, mas antes as propriedades de cada uma são salvaguardadas e reunidas em uma só pessoa e uma só hipóstase."(DS 301-302).
- Condenação da simonia, dos casamentos mistos e das ordenações absolutas (realizada sem que o novo clérigo tivesse determinada função pastoral).
5 - CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA II
05 de maio a 02 de julho de 553
Papa Virgílio (537 - 555)
Decisões principais:
- condenação dos nestorianos Teodoro de Mopsuéstia, Teodoro de Ciro e Ibas de Edessa (Três Capítulos).
"Não há senão uma única hipóstase [ou pessoa], que é Nosso Senhor Jesus Cristo, Um na Trindade... Aquele que foi crucificado na carne, nosso Senhor Jesus Cristo, é verdadeiro Deus, Senhor da glória e Um na Santíssima Trindade".(DS 424)
"Toda a economia divina é obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também, não tem senão uma única e mesma operação" (DS 421).
"Um Deus e Pai do qual são todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo para quem são todas as coisas, um Espírito Santo em quem são todas as coisas"(DS 421).
6 - CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA III
7 de novembro de 680 a 16 setembro de 681
Papa Ágato (678 - 681) e Leão II (662 - 663)
Decisões principais:
- Condenação do monotelitismo, heresia defendida pelo patriarca Sérgio de Constantinopla que ensinava haver só a vontade divina em Cristo.
Este Concílio ensinou que Cristo possui duas vontades e duas operações naturais, divinas e humanas, não opostas, mas cooperantes, de sorte que o Verbo feito carne quis humanamente na obediência a seu Pai tudo o que decidiu divinamente com o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação (DS 556-559). A vontade humana de Cristo "segue a vontade divina, sem estar em resistência nem em oposição em relação a ela, mas antes sendo subordinada a esta vontade todo-poderosa" (DS 556; CIC 475).
7 - CONCÍLIO DE NICEIA II
24 de setembro a 23 de outubro de 787
Papa Adriano I (772 - 795)
Decisões principais:
- contra os iconoclastas: há sentido e liceidade na veneração de imagens.
"Para proferir sucintamente a nossa profissão de fé, conservamos todas as tradições da Igreja, escritas ou não escritas, que nos têm sido transmitidas sem alteração. Uma delas é a representação pictórica das imagens, que concorda com a pregação da história evangélica, crendo que, de verdade, e não na aparência, o Verbo de Deus se fez homem, o que é também útil e proveitoso, pois as coisas que se iluminam mutuamente têm sem dúvida um significado recíproco"(DOC 111).
Nós definimos com todo o rigor e cuidado que, à semelhança da representação da cruz preciosa e vivificante, assim as venerandas e sagradas imagens pintadas quer em mosaico, quer em qualquer outro material adaptado, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus, nas alfaias sagradas, nos paramentos sagrados, nas paredes e mesas, nas casas e nas ruas; sejam elas as imagens do Senhor Deus, dos santos anjos, de todos os santos e justos" (DS, 600-601).
Quadrilátero Lambeth/Chicago
O seguinte "Quadrilátero" foi adotado na Conferência de Lambeth de 1888. Ele foi baseado na declaração da Câmara dos Bispos da Igreja Episcopal Protestante emitido em Chicago em 1886. O texto completo da declaração precedente de Chicago segue a resolução de Lambeth.
Conferência de Lambeth de 1888, Resolução 11
Que, na opinião desta Conferência, os seguintes Artigos provêm o fundamento pelo qual a reconciliação pode ser, pela bênção de Deus, obtida mediante uma Reunião Doméstica:
1.As Santas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, como "contendo todas as coisas necessárias para a salvação", e como sendo a regra e o padrão final de fé.
2.O Credo dos Apóstolos, como o Símbolo Batismal, e o Credo Niceno, como suficiente declaração da fé Cristã.
3.Os dois Sacramentos ordenados pelo próprio Cristo - o Batismo e a Ceia do Senhor - administrados pelo uso regular das palavras de Cristo que os instituiu e dos elementos por Ele ordenados.
4.O Episcopado Histórico, adaptado localmente nos métodos de sua administração para as variadas necessidades das nações e povos chamados por Deus na Unidade de Sua Igreja.
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Adotado pela Câmara dos Bispos, Chicago, 1886
Nós, Bispos da Igreja Episcopal Protestante dos Estados Unidos da América, em Conselho reunido como Bispos na Igreja de Deus, solenemente declaramos para todos quantos possam interessar, e especialmente aos nossos companheiros, cristãos de diferentes Comunhões nesta terra, que, em suas muitas esferas, têm sustentado a religião de Cristo:
1.Nosso ardente desejo que a oração do Senhor, "Que todos possamos ser um", possa, em seu profundo e verdadeiro sentido, ser rapidamente cumprido;
2.Que nós acreditamos que todos os que foram batizados com água, no nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, são membros da Santa Igreja Católica.
3.Que todas as coisas da disposição ou escolha humana, relativas ao modo de adoração e disciplina, ou tradição, esta Igreja está preparada para o espírito de amor e humildade a fim de dispor de todas as preferências próprias;
4.Que esta Igreja não busca absorver outras Comunhões, mas especialmente, cooperar com elas baseadas na Fé e na Ordem comuns, a fim de desencorajar o cisma, curar as feridas do Corpo de Cristo e promover a caridade a qual é a principal das graças cristãs e a manifestação visível de Cristo ao mundo.
Além disso, por meio desta, nós afirmamos que a unidade cristã poderá ser restaurada somente pelo retorno de todas as comunidades cristãs aos princípios da unidade exemplificada pela indivisa Igreja Católica durante os primeiros séculos de existência; princípios estes nos quais acreditamos que sejam o depósito substancial da Fé e da Ordem Cristãs ordenadas por Cristo e seus Apóstolos à Igreja até o fim do mundo, e então incapaz de ceder ou capitular por todos os que foram ordenados para serem comissários e depositários do comum e idêntico privilégio de todos os homens. Parte inerente deste depósito secreto, e como essencial à restauração da unidade entre os diversos ramos da cristandade, nós consideramos o seguinte, a saber:
1.As Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento como a Palavra revelada de Deus;
2.O Credo Niceno como suficiente declaração da Fé Cristã;
3.Os dois Sacramentos, - Batismo e Eucaristia, administrados pelo uso regular das palavras de Cristo que os instituiu e dos elementos por Ele ordenados.
4.O Episcopado Histórico, adaptado localmente nos métodos de sua administração para as variadas necessidades das nações e povos chamados por Deus na Unidade de Sua Igreja.
Além disto, com profundo pesar pelas dolorosas divisões que afetam a Igreja de Cristo em nossas próprias terras, por meio deste nós declaramos nosso desejo e disposição para que, tão breve quanto seja possível uma resposta autorizada a esta Declaração, para entrar em fraternal debate com todos ou quaisquer Corpos de Cristo que busquem a reconciliação da unidade orgânica da Igreja, com a visão do cuidadoso estudo das condições sob as quais tão ricamente bênçãos possam jubilosamente ser trazidas ao passado.
Catecismo Anglicano
Isto é, Instrução que tôda Pessoa deve aprender antes de ser apresentada ao Bispo para Confirmação.
Pergunta: Qual é o teu Nome?
Resposta: N. ou N. N.
Pergunta: Quem te deu êsse Nome?
Resposta: Os meus Padrinhos no Batismo; em que fui feito membro de Cristo, filho de Deus, e herdeiro do reino do céu.
Pergunta: Que prometeram então por ti os teus Padrinhos?
Resposta: Prometeram e fizeram voto de três coisas em meu nome: Primeiro, que eu renunciaria ao diabo e a tôdas as suas obras, às pompas e vaidades dêste mundo perverso e a todos os apetites pecaminosos da carne; Segundo, que eu creria em todos os Artigos da Fé Cristã; e Terceiro que guardaria a santa vontade de Deus e seus mandamentos, e nêles andaria todos os dias de minha vida.
Pergunta: Não te julgas obrigado a crer e a proceder conforme prometeram por ti?
Resposta: Por certo; e assim o farei, ajudando-me Deus. E de todo o coração dou graças a nosso Pai celestial, porque me chamou a êste estado de salvação, mediante Jesus Cristo, nosso Salvador. E rogo a Deus que me dê sua graça, para que continue assim até o fim de minha vida.
Pergunta: Dize os Artigos de tua Crença.
Resposta: Creio em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra; E em Jesus Cristo seu único Filho nosso Senhor; O qual foi concebido por obra do Espírito Santo, Nasceu da Virgem Maria; Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, Foi crucificado, morto e sepultado: Desceu ao Hades; Ressuscitou ao terceiro dia: Subiu ao céu e está sentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso: Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.Creio no Espírito Santo: Na santa Igreja Católica; Na Comunhão do Santos: Na Remissão dos pecados: Na Ressurreição do corpo: E na vida eterna. Amém.
Pergunta: Que entendes principalmente por êsses Artigos da tua Crença?
Resposta: Primeiro, entendo que devo crer em Deus Pai, que me criou e a todo o mundo;
Segundo, em Deus Filho, que me remiu, e todo o gênero humano;
Terceiro, em Deus Espírito Santo, que me santifica e a todo o povo de Deus.
Pergunta: Disseste que os teus Padrinhos prometeram solenemente que guardarias a santa vontade de Deus e os seus Mandamentos. Dize-me quantos Mandamentos há.
Resposta: Dez.
Pergunta: Quais são?
Resposta: Os mesmos que Deus pronunciou, como se encontra no capítulo vinte do livro de Êxodo, dizendo: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
I. Não terás outros deuses diante de mim;
II. Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que há em cima nos céus, nem abaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, e visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e a quarta geração daqueles que me aborrecem; e faço misericórdia até mil gerações aos que me amam e guardam os meus mandamentos.
III. Não tomarás o Nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente aquêle que tomar o seu Nome em vão.
IV. Lembra-te de santificar o dia do Descanso. Seis dias trabalharás, e farás tudo o que tens para fazer; mas o sétimo dia é o Descanso do SENHOR teu Deus. Nêle não farás obra alguma; nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o peregrino que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fêz o SENHOR os céus e terra, o mar, e tudo o que nêles há, e descansou ao sétimo dia; por isso o SENHOR abençoou o dia sétimo e o santificou.
V. Honrarás a teu pai e a tua mãe; para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá.
VI. Não matarás.
VII. Não adulterarás.
VIII. Não furtarás.
IX. Não dirás falso testemunho contra teu próximo.
X. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertencer.
Pergunta: Que entendes principalmente dêsses mandamentos?
Resposta: Entendo duas coisas: o meu dever para com Deus, e o meu dever para com o meu Próximo.
Pergunta: Qual é o teu dever para com Deus?
Resposta: O meu dever para com Deus é Crer nêle, temê-lo, E amá-lo com todo o meu coração, com todo o meu entendimento, com tôda a minha alma, e com todas as minha fôrças; Adorá-lo, dar-lhe graças; Por nêle tôda a minha confiança, invocá-lo; Honrar o seu santo Nome e Palavra; E servi-lo verdadeiramente todos os dias de minha vida.
Pergunta: Qual o teu dever para com o teu Próximo?
Resposta: O meu dever para com o meu Próximo é Amá-lo como a mim mesmo, e fazer a todos o que desejara me fizessem a mim; amar, honrar e socorrer a meu pai e mãe; prestar honra e obediência às autoridades civis; Respeitar a todos os meus governadores, professôres, pastôres espirituais e mestres; E revestir-me de humildade e reverência, como convém a um servo de Deus, para com todos os meus superiores; Não ofender a ninguém, nem por palavras, nem por ações; Ser verdadeiro e justo em todos os meus atos; Não conservar ódio e nem rancor no meu coração; Guardar as minhas mãos do furto e roubo; Preservar a minha língua da maledicência, mentira e calúnia; Conservar o meu corpo em temperança, sobriedade e castidade; Não cobiçar nem desejar os bens alheios, Mas instruir-me e trabalhar honestamente para manter-me, E cumprir o meu dever no estado de vida a que Deus se aprouver chamar-me.
Pergunta: Meu caro Filho, aprende isto: Não és capaz de cumprir tudo isso; por ti mesmo, nem andar nos Mandamentos de Deus e servi-lo, sem sua graça especial; a qual deves aprender a pedir incessantemente em fervorosas orações. Vejamos, pois, se sabes dizer a Oração Dominical.
Resposta: Pai nosso, que estás nos céus, Santificado seja teu Nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as nossa dívidas, Assim como nós também perdoamos aos nosso devedores. E não nos deixes cair em tentação; Mas livra-nos do mal. Amém.
Pergunta: Que desejas, nesta Oração, que Deus te faça?
Resposta: Rogo ao Senhor meu Deus, nosso Pai celestial, que é o Autor de todo o bem, que me envie a mim e a todos a sua graça; para que o adoremos e sirvamos, e lhe obedeçamos, como devemos fazer. E suplico a Deus, que se digne conceder-nos tudo quanto carecemos para nossos corpos e almas; que se compadeça de nós, e nos perdoe os pecados, que haja por bem salvar-nos e defender-nos de todos os perigos espirituais e corporais; que nos livre de todo o pecado e maldade, e do nosso inimigo espiritual, e da morte eterna. E confio em que fará tudo isto por sua misericórdia e bondade, mediante nosso Senhor Jesus Cristo. E portanto digo ao concluir: Amém, isto é, Assim seja.
Pergunta: Quantos Sacramentos instituiu Cristo em sua Igreja:
Resposta: Só dois, que são geralmente necessários para a salvação; a saber, o Batismo e a Ceia do Senhor.
Pergunta: Que queres dizer com essa palavra Sacramento?
Resposta: Quero dizer um sinal externo e visível de uma graça interna e espiritual, que se nos concede, instituído pelo próprio Cristo, como meio de recebermos essa graça, e como penhor que nos assegure dela.
Pergunta: Quantas partes há num Sacramento?
Resposta: Duas; o sinal externo e visível, e a graça interna e espiritual.
Pergunta: Qual é o sinal externo e visível ou forma no Batismo?
Resposta: É a água, com a qual a pessoa é batizada. Em o Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Pergunta: Qual é a graça interna e espiritual?
Resposta: A morte para o pecado e o novo nascimento para a retidão; porque sendo por natureza nascidos em pecado, e filhos da ira, com isso nos tornamos filhos da graça.
Pergunta: Que se requer das pessoas que hão de ser batizadas?
Resposta: Arrependimento, pelo qual renunciem o pecado; e Fé, pela qual creiam firmemente nas promessas de Deus que se lhes faz neste sacramento.
Pergunta: Por que, então, se batizam Crianças, quando, por sua tenra idade, não podem cumprir o que delas se exige?
Resposta: Porque prometem ambas as coisas por intermédio de seus Padrinhos; ficando obrigados a cumprir essa promessa logo que atinjam a idade da discrição.
Pergunta: Para que foi instituído o Sacramento da Ceia do Senhor?
Resposta: Para memória perene do sacrifício da morte de Cristo, e dos benefícios que dela recebemos.
Pergunta: Qual é a parte externa ou sinal da Ceia do Senhor?
Resposta: O Pão e o Vinho, que o Senhor ordenou que fôssem recebidos.
Pergunta: Qual é a parte interna, ou verdade significada?
Resposta: O Corpo e o Sangue de Cristo, que são espiritualmente tomados e recebidos pelos fiéis na Ceia do Senhor.
Pergunta: Quais são os benefícios de que nesse ato nos tornamos participantes?
Resposta: Nossas almas são fortalecidas e confortadas pelo Corpo e Sangue de Cristo, bem como o são os nossos corpos pelo Pão e Vinho.
Pergunta: Que se requer dos que vêm à Ceia do Senhor?
Resposta: Que a si mesmos se examinem para ver se estão verdadeiramente arrependidos de seus pecados passados, propondo firmemente empreender vida nova; se têm fé viva na misericórdia de Deus mediante Cristo, com grata recordação de sua morte; e se estão em caridade com todos os homens.
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Rubricas:
O Ministro de cada Paróquia instruirá ou examinará diligentemente na Igreja, aos Domingos e Dias Santos, ou em outras ocasiões convenientes, tantas Crianças de sua Paróquia quantas julgar conveniente, nalguma parte dêsse Catecismo. E todos os Pais, Mães, Mestres e Mestras farão com que seus Filhos, Servos e Aprendizes que ainda não aprenderam seu Catecismo, venham à Igreja na hora designada para obedientemente ouvirem o Ministro, e serem por êle orientados, até que hajam aprendido tudo o que lhes está aqui prescrito que aprendam.
O Ministro de cada Paróquia instruirá ou examinará diligentemente na Igreja, aos Domingos e Dias Santos, ou em outras ocasiões convenientes, tantas Crianças de sua Paróquia quantas julgar conveniente, nalguma parte dêsse Catecismo. E todos os Pais, Mães, Mestres e Mestras farão com que seus Filhos, Servos e Aprendizes que ainda não aprenderam seu Catecismo, venham à Igreja na hora designada para obedientemente ouvirem o Ministro, e serem por êle orientados, até que hajam aprendido tudo o que lhes está aqui prescrito que aprendam.
Logo que as crianças chegarem à idade competente e saibam dizer o credo, a Oração Dominical e os Dez Mandamentos, e responder às outras perguntas dêste breve catecismo, serão levadas ao Bispo. E tôdas as vêzes que o Bispo anunciar que as Crianças sejam trazidas para a Confirmação, o Ministro de cada Paróquia levará ou enviará por escrito, com sua própria assinatura os Nomes de tôdas as Pessoas de sua Paróquia que êle julgara prontas para serem apresentadas ao Bispo para confirmação.
Fonte: Livro de Oração Comum, segundo o uso da Igreja Episcopal Brasileira, 1950 (Tradução do LOC 1929 dos EUA).